Na maior queda em seis anos, a economia da Rússia encolheu 4,6% no segundo semestre de 2015 em relação ao mesmo período no ano passado. Com a baixa nos preços do petróleo e a desvalorização do rublo, a recuperação não será imediata.
É a primeira recessão na Rússia desde a crise financeira internacional. Em 2009, o produto interno bruto russo baixou 7,8%. Agora, a renda das famílias, as vendas no varejo e a produção industrial caíram.
No primeiro trimestre, a contração tinha sido mais suave, de 2,2% na comparação anual. Em junho, as vendas no varejo foram 9,4% menores do que um ano antes. A produção industrial diminuiu 5%.
Com a desvalorização do rublo sob pressão das sanções internacionais contra a intervenção da Rússia na Ucrânia, em dezembro de 2014, os russos tiveram a maior queda na renda nos 15 anos da era Putin.
Alguns analistas já consideram esta a crise mais grave da economia, pior do que a moratória declarada em agosto de 1998, seguida de uma maxidesvalorização do rublo, e da Grande Recessão de 2008-9, que atingiu com força um país dependente das exportações de produtos primários, sobretudo de energia. Com o barril de petróleo abaixo de US$ 50, a recuperação será lenta e difícil.
Nos últimos meses, em reação ao boicote da Europa e dos Estados Unidos, o governo tem adotado uma política de substituição de importações na tentativa de convencer os russos a comprar os produtos da indústria nacional. Houve destruições públicas de alimentos importados organizadas pelo governo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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