A explosão de um carro-bomba em frente a uma delegacia de polícia seguida de uma tentativa de atacá-la terminou com a morte de um policial e dois terroristas no distrito de Sultanbeili, em Istambul. Em seguida, os rebeldes atacaram a cena do crime, matando o chefe da equipe de desarme de bombas.
Pouco depois do segundo ataque contra a polícia, outro grupo de terroristas atacou o Consulado dos Estados Unidos em Istambul. Nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado. Pelos métodos de ação e os alvos escolhidos, as autoridades suspeitam do Frente-Partido de Libertação Popular Revolucionário (DHKP-C), uma organização extremista de esquerda da Turquia.
Ao entrar na guerra contra a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, aproveitou a oportunidade para atacar o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Na luta contra os curdos Erdogan tem dois objetivos:
• impedir a união da região autônoma curda no Iraque com as áreas dominadas pelos curdos na Síria, junto à fronteira da Turquia;
• e minar o apoio interno ao Partido Democrático Popular (HDP), curdo, que obteve 13% dos votos nas últimas eleições tirando.
Entre as centenas de presos, além de ativistas curdos e do Estado Islâmico, há membros do DHKP-C. O grupo radical de esquerda ressurgiu durante as manifestações de massa contra Erdogan em 2013 em Istambul, quando o então primeiro-ministro quis construir numa as principais áreas verdes da maior cidade do país.
Em fevereiro de 2013, o DHKP-C fez um atentado suicida contra a Embaixada dos EUA em Ancara. Em março de 2015, dois militantes invadiram o Tribunal de Justiça de Istambul e tomaram o procurador Mehmet Selim Kiraz como refém. Depois de seis horas de cerco, a polícia invadiu o prédio, matou os terroristas e o procurador.
A Turquia enfrenta múltiplas ameaças terroristas. Ontem, militantes do PKK mataram quatro policiais quando seu veículo blindado passou sobre uma mina na província de Sirnak, no Sudeste do país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Dois atentados terroristas deixam cinco mortos em Istambul
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