O chefe da Coalizão Nacional da Revolução e das Forças de Oposição Sírias, Khaled al-Khoja, vai liderar uma delegação que vai a Moscou nos dias 12 e 13 de agosto de 2015 para encontros com o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, na expectativa de começar a negociar o fim da guerra civil.
Diante do colapso iminente da ditadura de Bachar Assad, aliado da Rússia, que mantém no país sua única base naval no Mar Mediterrâneo, o Kremlin tenta articular uma solução diplomática para o conflito que matou mais de 230 mil pessoas nos últimos três anos e cinco meses, uma saída para a Síria pós-Assad.
Neste processo, o sultanato de Omã atua como um mediador neutro transmitindo mensagens entre a Arábia Saudita, os Estados Unidos, o Irã, a Rússia, a Síria e a Turquia. Mas é um esforço divorciado da realidade no campo de batalha, onde milícias jihadistas que não participam das negociações, como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente al-Nusra, braço da rede terrorista Al Caeda, controlam vastos territórios.
Depois de uma viagem a Teerã, o ministro do Exterior da Síria, Walid Muallem, foi a Mascate falar com o ministro do Exterior de Omã, Yussuf ben Alawi ben Abdullah. Embora a Arábia Saudita prefira negociar em segredo, o governo sírio faz questão de divulgar a notícia para tentar romper anos de isolamento diplomático.
Os dois chanceleres discutiram a Síria pós-Assad. A proposta de realizar eleições com o atual ditador como candidato é rejeitada pelos EUA e seus aliados sunitas. Ele ainda busca uma saída honrosa, mas é improvável que Washington aceite uma anistia por causa dos crimes de guerra e do uso de armas químicas pelo regime sírio.
A Síria assinou mas não ratificou o Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional. Está fora da jurisdição do tribunal, a não ser que o Conselho de Segurança das Nações Unidas apresente o caso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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