NOVA YORK - Diante da onda de massacres e assassinatos cometidos com armas de guerra, a rede de supermercados americana Walmart vai parar de vender fuzis de assalto como o AR-15, capaz de furar a blindagem de um tanque a 600 metros de distância.
"Nosso foco em armas de fogo deve ser caçadores e pessoas que praticam tiro como esporte", declarou o diretor-geral da empresa, Douglas McMillon. "Assim, os tipos de fuzis e munições que vendemos devem ser orientadas para estas atividades. Queremos servir caçadores e pescadores. Temos um grande departamento de esportes."
O AR-15 foi usado em matanças na escola primária Sandy Hook, em Newtown, no estado de Connecticut, onde 20 estudantes e seis professores e funcionários foram mortos, e na pré-éstreia de um filme do Batman em Aurora, no estado do Colorado, quando 12 pessoas morreram.
Mais uma vez, a sociedade americana, estarrecida pela violência gratuita, questiona a fraca regulamentação da venda de armas. Sob pressão da Associação Nacional do Rifle, o lobby dos fabricantes de armas, com o apoio dos deputados da oposição republicana, a lei não permite nem ao menos verificar os antecedentes criminais nem a estabilidade mental dos compradores de armas.
Em muitos estados, armas de guerra são compradas livremente em feiras e eventos promovidos pela indústria. Os traficantes de drogas do México se aproveitam desta facilidade para formar um arsenal poderoso, tornando-os capazes de enfrentar até mesmo o Exército.
Enquanto os assassinatos forem brancos americanos, não serão considerados terroristas. Quando um extremista muçulmano tirar proveito da situação para cometer um massacre como teria acontecido no trem expresso Amsterdã-Paris se dois militares americanos em férias não tivessem controle o terrorista, talvez este país acorde de uma longa letargia.
Depois dos últimos massacres, o presidente Barack Obama lembrou que depois de 11 de setembro de 2001, terroristas americanos mataram muito mais gente do que os jihadistas que pregam a destruição total dos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Walmart vai parar de vender fuzis de guerra
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