Em pronunciamento na televisão, o primeiro-ministro Alexis Tsipras anunciou sua demissão agora há pouco para provocar a realização de eleições parlamentares antecipadas na Grécia. É uma manobra para reforçar seu poder para implementar o programa de recuperação da economia.
Tsipras disse à nação e ao presidente Prokopis Pavlopoulos que não tem mais condições de ficar na chefia do governo por falta de uma maioria parlamentar estável e propôs a convocação de eleições para 20 de setembro, daqui a exatamente um mês.
A Coligação de Esquerda Radical (Syriza), partido de Tsipras, chegou ao poder nas eleições de 25 de janeiro de 2015, depois de seis anos de uma crise econômica que reduziu a produção de riqueza em 25% e deixou um quarto da população em idade de trabalhar sem emprego.
Depois de romper as negociações com os sócios da Zona do Euro e convocar um plebiscito contra o acordo, Tsipras recuou, mas 40 deputados de seu próprio partido rejeitaram o resultado das negociações com os credores. O terceiro empréstimo de emergência só foi aprovado com votos da oposição.
Pela lei grega, como Tsipras foi eleito neste ano, a oposição teria o direito de tentar formar um governo. Como a Syriza e um pequeno partido aliado tem maioria absoluta, apesar da divisão no partido do govervo, a formação de um novo governo é improvável antes das eleições e uma incógnita depois.
A Grécia devia 320 bilhões de euros. Com o novo empréstimo de 86 bilhões, a dívida pública sobe para 200% do produto interno bruto. A antecipação das eleições em momento tão difícil pode criar mais instabilidade política e prejudicar o programa de recuperação.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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