O Banco Popular da China entrou hoje no mercado de câmbio para manter a desvalorização da moeda dentro do limite de 2% adotado pelas autoridades monetárias do país.
No fechamento, o iuane foi cotado a 6,45 por dólar, o menor valor em quatro anos, com queda de 1,6%. Em dois dias, caiu 3,5% diante do dólar, mas hoje subiu em relação ao euro.
Ao anunciar a desvalorização, na terça-feira, o banco central chinês prometeu passar a orientar a flutuação da moeda de acordo com a tendência do mercado. A medida levou o mercado a vendar mais iuanes.
Sob orientação do BPC, conhecido popularmente como Mãezona, os bancos estatais passaram a vender dólares para conter a queda dentro da banda de flutuação adotada oficialmente. Se a moeda chinesa cair muito, pode haver uma fuga de capitais dificultando o pagamento de dívidas em dólar por empresas.
A desvalorização do iuane também deve aumentar a pressão dos Estados Unidos, onde a China é acusada de manter a moeda articialmente subvalorizada para aumentar a competitividade das exportações.
Toda a engenharia financeira do milagre econômico chinês foi baseada em moeda fraca, juros baixos e mão de obra barata para atrair capital estrangeiro.
A desvalorização competitiva, em meio a uma desaceleração do crescimento e à tentativa de passar de uma economia baseada em investimento para uma baseada em consumo, significa que o Partido Comunista ainda confia nas exportações para manter a estabilidade econômica, política e social.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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