Com o agravamento da crise por indefinição política, a economia da Grécia vai ficar estagnada em 2015 e o país vai precisar de novos empréstmos de 60 bilhões de euros para pagar suas contas nos próximos três anos, previu ontem o Fundo Monetário Internacional (FMI), que defende ainda uma redução da dívida pelos credores, hoje na maior parte bancos estatais e organizações internacionais.
Na Praça Sintagma, diante do Parlamento, em Atenas, uma multidão se concentra para participar de um comício da campanha do não a um acordo com a União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) no referendo convocado pelo governo grego para domingo, 5 de julho.
Uma vitória do não deve levar à saída da Grécia da união monetária europeia, embora o primeiro-ministro esquerdista Alexis Tsipras alegue que lhe dará mais força para voltar à mesa de negociação. Mas a Europa, sob a liderança da chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, vetou qualquer negociação antes do resultado. Aposta na queda do governo grego.
Ontem, o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, declarou que vai renunciar se prevalecer o sim à proposta dos credores, argumentando que não vai aplicar um programa econômico em que não acredita.
O governo grego afirma que não será excluído porque não existe um mecanismo previsto para a saída de países da Zona do Euro. Aparentemente, Varoufakis, especialista em Teoria dos Jogos, apostou no blefe e na ameaça de ruptura para barganhar concessões.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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