sexta-feira, 3 de julho de 2015

França rejeita pedido de asilo de Julian Assange

A França rejeitou hoje um pedido de asilo político feito pelo fundador do sítio WikiLeaks, Julian Assange, especializado em piratear dados de governo e empresas, que está refugiado na Embaixada do Equador em Londres para não ser extraditado para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.

Em nota oficial, o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da França, declarou que a situação de Assange "não representa um perigo imediato". Na carta em que pediu asilo, ele alegou que sua "vida está em perigo".

Julian Paul Assange, australiano, fez 44 anos hoje. Ele ganhou notoriedade e prêmios de luta pela liberdade de expressão ao revelar documentos sobre as guerras dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão. Em 2010, deixou vazar na Internet mais de 250 mil documento sigilosos da diplomacia americana.

Em outubro do mesmo ano, então o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, abriu uma investigação sobre o caso. Assange é acusado com base na Lei de Espionagem, de 1917, por ter mantido contato Bradley Manning (que mudou de sexo e agora é Chelsea Manning), responsável direto pelo roubo dos documentos dos arquivos do governo americano.

Sob suspeita de ter molestado duas mulheres sexualmente e estuprado uma delas durante visita à Suécia em agosto de 2010, Assange foi detido em Londres com base num mandado de prisão europeu da Justiça sueca. O mandado de prisão europeu pressupõe que o acusado terá direito a ampla defesa em qualquer país da União Europeia (UE).

Depois de perder todos os recursos contra a deportação, em 19 de junho de 2012, Assange pediu asilo à embaixada equatoriana no Reino Unido. Dias depois, o governo do Equador aceitou o pedido e o presidente Rafael Correa afirmou que ele poderia permanecer na embaixada indefinidamente.

Como a representação do Equador fica no primeiro andar, ele não pode nem ir até a garagem pegar um carro oficial da embaixada para ir até o aeroporto sem correr o risco de ser preso.

Assange teme que o processo na Suécia por crimes sexuais seja apenas uma manobra para entregá-lo aos EUA. Mas a França não teria como rejeitar o mesmo pedido de extradição.

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