domingo, 2 de março de 2014

Ucrânia considera atos da Rússia declaração de guerra

O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, considerou hoje que as ações militares da Rússia em território ucraniano são uma "declaração de guerra". Para garantir a soberania, o novo governo ucraniano afastou 18 dos 24 governadores regionais e mobilizou as Forças Armadas, mas têm pouca chance na república autônoma da Crimeia, onde a Rússia mantém soldados na Frota do Mar Negro.

Hoje o comandante da Marinha ucraniana, almirante Denis Berezovski, nomeado sexta-feira pelo presidente interino Olexander Turchinov, declarou lealdade às autoridades pró-Rússia da Crimeia. Foi substituído por Serguei Haiduk.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Anders Fogh Rasmussen, afirmou que "o que a Rússia está fazendo na Ucrânia viola a Carta das Nações Unidas".

Ontem, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu autorização ao Parlamento para usar a força na Ucrânia, que tenta intimidar e submeter para manter sua área de influência sobre as ex-repúblicas da União Soviética.

Em conversa telefônica de uma hora e meia com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que o acusou de violar o direito internacional, Putin alegou estar defendendo os interesses nacionais da Rússia e dos ucranianos étnica e culturamente russos.

Os russos são 58% da população da Crimeia; os ucranianos, 25%; e os tártaros, que se opõem ao domínio de Moscou porque foram deportados para a Sibéria pelo ditador soviético Josef Stalin, são 12%.

Obama disse que ações de combate "terão um custo" para Putin. Mas há pouco que possa fazer além de excluir a Rússia do Grupo dos Oito (G-8) e aplicar sanções econômicas de efeito duvidoso dadas as riquezas naturais russas. Os EUA, o Canadá, a França e o Reino Unido anunciaram que não vão à reunião de cúpula prevista para junho em Sóchi, na Rússia, onde foi realizada a Olimpíada de Inverno de 2014.

Em entrevista à televisão americana CNN, o general Wesley Clark, ex-comandante militar da OTAN, comentou que "Putin age como um ditador soviético do século 20, mas é um bilionário do século 21", sugerindo que o homem-forte da Rússia deve ter uma fortuna depositada em bancos internacionais.

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