A Guarda de Fronteira da Ucrânia denunciou hoje que a Rússia já enviou 30 mil soldados à região ucraniana da Crimeia, onde a assembleia regional convocou um referendo para deixar a Ucrânia e se integrar à Rússia para 16 de março de 2014.
Hoje, pela segunda vez, milicianos armados, provavelmente ligados do Ministério do Interior da Rússia, impediram a entrada na Crimeia de uma missão da Organização sobre Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), criada para fiscalizar os acordos de Helsinque, de 1975.
Em resposta aos Estados Unidos, o presidente Vladimir Putin pediu ao presidente Barack Obama que "não sacrifique as relações russo-americanas" por causa da Ucrânia, mas alegou não poder ignorar os apelos dos russos da Crimeia. Obama declarou que o referendo viola o direito internacional.
O referendo dá como alternativas a integração à Federação Russa ao maior autonomia à Crimeia. Não há possibilidade de manutenção da Crimeia sob controle do governo central de Kiev.
Para aumentar a pressão sobre o novo governo de Kiev, nesta sexta-feira, o presidente da empresa estatal russa Gazprom, Alexei Miller, ameaçou cortar o suprimento de gás natural se a Ucrânia não pagar uma dívida de US$ 1,89 bilhão, cerca de R$ 4,4 bilhões. A Ucrânia depende do gás russo para geração de energia.
Num país autoritário e fascistoide como a Rússia, sem qualquer tradição
democrática, a popularidade do ditadorzinho Putin aumentou para 67% com o conflito, embora o país não tenha nada a ganhar com isso. Se a meta de Putin é criar a União Eurasiana, quem vai querer se associar a uma potência arrogante, prepotente e militarista?
O novo governo ucraniano ameaça abandonar a Paraolimpíada de Sóchi, que começa hoje. Sob pressão do Comitê Olímpico Internacional (COI), para não ser expulsa do movimento olímpico, a Ucrânia concordou em participar, mas só um atleta ucraniano desfilou na cerimônia de abertura, levando a bandeira ucraniana em sua cadeira de rodas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
"O Ditador Russo, PUTIN, esta brincando com fogo e quem brinca com fogo, de acordo com as crendices populares, amanhece todo mijado no dia seguinte..."
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