Antes de tomar posse, em 16 de maio, o presidente eleito da França, o conservador Nicolas Sarkozy, enfrenta seu primeiro escândalo, enquanto continuam os protestos contra sua vitória.
No discurso da vitória, ele prometeu "governar para todos os franceses". Tinha dito que iria se retirar para um convento beneditino no Sul do país. Mas, com a mulher, Cécilia, e o filho Louis, tomou um avião particular, do bilionário Vincent Bolloré, um dos empresários mais agressivos da França, e foi para a Ilha de Malta. Lá, embarcou num iate de 60 metros e US$ 10 milhões, pertencente ao mesmo magnata.
Sarkozy defendeu-se dizendo que sua viagem não custou um centavo ao contribuinte francês. Só que ele está prometendo cortar as alíquotas mais altas do imposto de renda para que nenhum francês pague ao leão mais da metade do que ganha. Para os ricos, é sempre uma grande bolada. Então ele está festejando com um beneficiário direto das políticas que pretende aplicar.
Ele também foi advertido pelos ministros das Finanças da zona do euro, que rejeitam suas tentativas de pressionar o Banco Central da Europa a manipular a cotação da moeda comum européia para aumentar a competitividade da economia francesa. Foi acusado de minar o BCE.
O principal comentarista econômico do Financial Times, Martin Wolf, considerou o novo presidente francês uma fonte de conflitos na União Européia: "Se ao mercantilismo colbertiano adicionarmos a sede de poder num país com tradições populistas e bonapartistas intimimamente entrelaçadas, surge um Sarkozy".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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