Ao anunciar hoje uma nova política ambiental em que reconhece a responsabilidade da ação humana pelo aquecimento global, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, propôs que os 15 países que mais emitem gases que provocam o efeito estufa cheguem a um acordo até o final de 2008 para reduzir essas emissões.
Bush rejeita assim a proposta que está sendo preparada pela a Alemanha para a reunião do Grupo dos Oito (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia).
Os EUA se recusaram a ratificar o Protocolo de Quioto, de 1997, que exige que os países industrializados reduzam as emissões dos gases do efeito estufa aos níveis de 1990 até 2012. Os países em desenvolvimento foram poupados, presumindo-se que não tenham contribuído significativamente no passado para as emissões por causa de sua industrialização tardia.
A posição americana é que, se os EUA cortarem suas emissões sem que a China ou a Índia sejam obrigadas a fazer o mesmo, a economia americana ficará em desvantagem.
Para o presidente do grupo ecológico Amigos da terra, Brent Blackwelder, a proposta de Bush é "uma charada. É uma tentativa de fazer parecer que o governo Bush leva o aquecimento global a sério sem fazer nada na realidade para cortar as emissões".
Como atual presidente da União Européia e do G-8, a Alemanha está liderando a articulação do acordo que substituirá o Protocolo de Quioto em 2010. Sua proposta é fixar a meta de dois graus centígrados no máximo de aumento da temperatura média do planeta. Na prática, os cientistas calculam que seja necessário baixar até 2050 as emissões de gases à metade do nível de 1990.
No Brasil, a imposição de metas permitiria ao país cortar suas emissões simplesmente combatendo as queimadas, uma prática agrícola pré-histórica. O país poderia negociar sua cota no mercado de créditos de carbono, além de obter recursos para projetos de preservação de florestas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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