Sob ameaça de expulsão do Partido Socialista, o novo ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner, defendeu sua participação no governo do presidente conservador Nicolas Sarkozy.
Em artigo no jornal Le Monde, o chanceler francês lembra sua história pessoal de defesa de causas humanitárias: "Desde 1968, em Biafra, na ONU e no Kossovo, passando pelos Médicos sem Fronteiras, os Médicos do Mundo e outras organizações da sociedade civil, agi na defesa dos mesmos ideais de solidariedade e progresso. Ministro, elevarei ainda mais estes valores da diplomacia francesa".
Depois de quase 40 anos de ação humanitária e luta pelos direitos humanos, seus objetivos são "uma mundialização mais justa e uma Europa mais forte, recuperando para a França a ambição que lhe deu a História".
Ao justificar sua adesão depois de ter sido um dos líder da candidata socialista derrotada, Ségolène Royal, Kouchner declarou ser "um homem livre, militante de uma esquerda aberta, audaciosa, moderna e, em uma palavra, social-democrata".
No governo, o chanceler pretende ser um representante da social-democracia francesa.
"A política externa não é de direita nem de esquerda. Defende os interesses da França num mundo que se reinventa a cada dia.
Deve ser determinada e inovadora", argumentou Kouchner. Ao me honrar com o convite para chefiar a diplomacia francesa, o presidente da República não imaginou que eu me tornaria um sarkozista".
O ministro concluiu prometendo respeitar sua convicções e pedindo aos amigos que o acordem se agir contra seus princípios.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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