domingo, 20 de maio de 2007

Luta entre soldados e islamitas mata 48 no Líbano

Pelo menos 48 pessoas morreram, sendo 23 soldados, em choques do Exército do Líbano com militantes fundamentalistas muçulmanos na cidade de Trípoli, no Norte do país. É o pior conflito na região desde o fim da guerra civil libanesa (1975-90).

É também mais um sinal de instabilidade num país abalado por uma crise política permanente, tensões sectárias e violência desde o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, em 14 de fevereiro de 2005. A situação se agravou com a operação militar de Israel contra a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), em julho e agosto de 2006.

O grupo radical envolvido, Fatah al-Islam, é uma dissidência do grupo pró-sírio Fatah Intifada. Tem bases no campo de refugiados palestinos de Nahr al-Bared, próximo a Trípoli, que foi bombardeado pelos tanques do Exército. Diplomatas ocidentais acreditam que Fatah al-Islam tenha ligações com os serviços secretos sírios, enquanto o primeiro-ministro Fouad Siniora justificava a ação do Exército como necessária para conter "uma tentativa perigosa de atingir a segurança do Líbano".

Altos funcionários libaneses sugeriram que Fatah al-Islam tem ligações com al Caeda, aumentando o temor ocidental de que a rede terrorista aproveite a crise no Líbano para se instalar no país.

O Exército do Líbano é proibido de entrar nos campos de refugiados palestinos, o que os tornou refúgios seguros tanto para grupos militantes como para gangues de criminosos.

A confrontação começou depois que a polícia fez uma operação de busca e apreensão num apartamento de Trípoli atrás de suspeitos de um assalto a banco.

Um dos motivos da tensão é o apoio do governo pró-ocidental a que o assassinato do ex-primeiro-ministro seja julgado por um tribunal internacional criado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Meses após a morte de Hariri, em 2005, as tropas sírios que ocupavam o Líbano desde 1976 saíram do país. Mas suspeita-se do envolvimento dos serviços secretos sírios no atentado, e estes continuam ativos no Líbano

Tanto a Síria quanto a oposição liderada pelo Hesbolá são contra o tribunal internacional.

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