O Partido Trabalhista britânico reage nas pesquisas. Desde o anúncio oficial da saída do primeiro-ministro Tony Blair e do lançamento da candidatura do ministro das Finanças, Gordon Brown, como sucessor na liderança trabalhista e do governo, o partido subiu quatro pontos percentuais. Com 33% das preferências contra 37% da oposição conservadora, está praticamente empatado, considerando-se a margem de erro da pesquisa.
Pelo sistema político do Reino Unido, como os trabalhistas tem ampla maioria, 354 dos 645 deputados da Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, Brown não precisa convocar eleições gerais para assumir a chefia do governo. Dias depois de Blair pedir demissão à rainha, em 27 de junho, Elizabeth II deve pedir ao novo líder trabalhista que forme um governo.
Numa escala de 0 a 10, os eleitores entrevistados na pesquisa deram nota 5 para Brown, logo acima de Cameron, com 4,95, mas abaixo de Blair, que ficou em primeiro com 5,22.
Seu desafio é reconquistar o eleitorado para dar legitimidade a seu governo e retomar a liderança nas pesquisas sobre as próximas eleições gerais. Sua tendência seria convocar eleições antecipadas para 2009, um ano antes do final do mandato dos atuais deputados.
Primeiro, ele se dedica à disputa interna trabalhista. Até o momento, não tem oposição. Brown recebeu o apoio de 282 dos 354 deputados do partidos. O esquerdista John McDonell tem 27 indicações. Precisa de pelo menos 45 para entrar na cédula.
Como as candidaturas precisam ser registradas até quinta-feira, 17 de maio, Brown pode ser coroado sucessor de Blair ainda nesta semana.
Na disputa pela vice-liderança, o ministro da Educação, Alan Johnson, tem 64 indicações, seguido pela secretária de Justiça, Harriet Harman, com 60, o secretário para a Irlanda do Norte, Peter Hain, com 49, e o presidente do partido, Hazel Bleares, com 48. Com 44, John Cruddas só precisa de mais um deputado, enquanto o secretário para o Desenvolvimento Internacional, Hillary Benn, tido inicialmente como favorito, tinha apenas 34 votos.
James Gordon Brown, o futuro primeiro-ministro britânico, nasceu na Escócia em 20 de janeiro de 1951. Seu pai era ministro da Igreja da Escócia. Aos 16 anos, foi aceito para estudar História na Universidade de Edimburgo. Um descolamento da retina, provavelmente causado por um jogo de rúgbi, o deixou cego do olho esquerdo, apesar de várias cirurgias.
Brown graduou-se com distinção e louvor e ficou na faculdade até completar seu doutorado, com tese sobre O Partido Trabalhista e a Mudança Política na Escócia de 1918-29. Seu plano inicial era falar do movimento trabalhista desde o século 17 mas moderou suas ambições.
Antes de entrar na política, Brown foi professor universitário e jornalista de televisão. Em 1979, perdeu a eleição para Michael Ancram. Em 1983, chegou ao Palácio de Westminster, onde dividia o gabinete com o jovem Tony Blair.
Leia a íntegra na minha coluna internacional no Baguete.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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