terça-feira, 29 de maio de 2007

Aviador desmoralizou defesa aérea soviética

Há 20 anos, um jovem aventureiro alemão pilotava um avião monomotor para entrar na História da Guerra Fria.

Mathias Rust, na época com apenas 19 anos, saiu de Helsinque, na Finlândia num Cessna dizendo que ia para Estocolmo, na Suécia, alterou seu plano de vôo e invadiu a União Soviética, terminando por pousar na Praça Vermelha, junto ao Kremlin, no coração do poder soviético, em 26 de maio de 1987.

O episódio desmoralizou a defesa antiaérea da superpotência comunista, levando seu dirigente máximo, o secretário-geral do Partido Comunista, Mikhail Gorbachev, a demitir o ministro da Defesa, que resistia a seus projetos de abertura democrática (glasnost) e reestruturação econômica (perestroika).

Desapontado com o fracasso da reunião de cúpula de Gorbachev com o presidente americano Ronald Reagan em Reikjavic, na Islândia, em 1986, Rust, hoje um investidor bem-sucedido, revela suas motivações: "Estava cheio de sonhos. Acreditava que tudo era possível. Minha intenção com o vôo era estabelecer uma ponte imaginária entre o Ocidente e o Oriente", declarou Rust em entrevista ao jornal The Washington Post, por telefone, de sua casa, em Hamburgo, na Alemanha.

Rust teve sorte de sair vivo. Em 1º de setembro de 1983, a defesa aérea soviética na costa do Pacífico derrubara um Boeing 747 da companhia aérea sul-coreana Korean Air, matando todos os passageiros e tripulantes.

Reagan e Gorbachev assinariam, em 8 de dezembro de 1987, o primeiro acordo para eliminar armas nucleares, na verdade toda uma classe de armas atômicas, os mísseis nucleares de médio alcance (de 500 a 5 mil km).

Agora, diante da instalação de estações e radares do sistema de defesa antimísseis dos EUA na Europa Oriental, a Rússia acaba de tester um míssil balístico intercontinental, ameaça abandonar o Tratado sobre Forças Convencionais na Europa (1990) e voltar a produzir mísseis de médio alcance.

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