Por 10 a 0, com cinco notáveis abstenções, inclusive da Rússia e da China, que têm direito de veto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou ontem a criação de um tribunal internacional para julgar os acusados pelo assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, morto em Beirute em 14 de fevereiro de 2005. As principais suspeitas recaem sobre agentes sírios.
O problema é que o tribunal ameaça dividir ainda mais a sociedade libanesa. A oposição, liderada pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), apoiada pela Síria, denuncia a Resolução 1.757 como "uma violação da soberania nacional". Representantes do governo pró-ocidental do Líbano observaram que a oposição da Síria à instalação do tribunal é um indício a mais do envolvimento sírio.
A resolução foi baseada no capítulo 7 da Carta da ONU, que permite a aplicação de sanções e até o uso da força. Pelas regras do Conselho de Segurança, para ser aprovada, uma resolução precisa dos votos de pelo menos nove dos 15 países-membros e de nenhum voto contrário das cinco grandes potências com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
Não houve nenhum voto contra mas cinco países se abstiveram e a resolução foi aprovada com apenas um voto além do mínimo necessário.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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