Uma bomba explodiu hoje no centro comercial de Ancara, a capital da Turquia, matando pelo menos cinco pessoas e deixando outras 60 feridas. O esquadrão antiterrorista descobriu no local traços do explosivo plástico A4. Este tipo de explosivo costuma ser usado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que luta pela independência de um país curdo.
A polícia turca ainda tem dúvidas se foi um atentado suicida ou uma bomba. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan lamentou o "evento desafortunado" que aconteceu apesar de "fortes precauções": "Estamos unidos contra o terrorismo. Temos de criar uma plataforma global contra o terrorismo".
O ataque ocorreu na entrada de um shopping center de sete andares. Em frente, há um terminal de ônibus. A área é conhecida pelos seus bazares e atrações turísticas. Rapidamente, ficou coberta de corpos e sangue, com feridos sendo removidos em macas e destroços por toda parte.
Inicialmente as autoridades pensaram em acidente. Depois os peritos encontraram vestígios de bomba.
Dezenas de pessoas morreram em atentados terroristas atribuídos a grupos fundamentalistas na Turquia em 2003, quando islamitas radicais atacaram com bombas duas sinagogas, o Consulado Britânico e um banco em Istambul (ex-Constantinopla), a maior cidade do país.
A República da Turquia, fundada em 1923 por Mustafa Kemal Ataturk, é um país secular mas os islamitas venceram as últimas eleições e governam o país. Diante da possibilidade de eleição indireta de um presidente do mesmo partido do primeiro-ministro Erdogan, Justiça e Desenvolvimento, islamita moderado, a oposição negou quórum no Parlamento e organizou uma série de manifestações de protesto.
Para superar a crise, o governo convocou eleições parlamentares e propôs a eleição direta do presidente. Mas a batalha sobre o futuro da Turquia está em marcha.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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