O ministro da Agricultura do Japão, Toshikatsu Matsuoka, acusado de corrupção num escândalo de financiamento de campanhas, se matou hoje, agravando os problemas do primeiro-ministro Shinzo Abe nas eleições para o Senado em julho. Foi o primeiro suicídio de um ministro japonês desde a derrota na Segunda Guerra Mundial.
"Isto terá sérias conseqüências políticas, mas neste momento é difícil dizer quanto", observou um alto funcionário japonês.
Com o suicídio de Matsuoka, agrava-se a situação do governo Abe, cuja popularidade está no nível mais baixo desde que chegou ao poder, em setembro de 2006, por causa do mau gerenciamento de fundos de pensão.
Matsuoka, de 62 anos, enforcou-se em casa e deixou várias mensagens pedindo desculpas. Ele negara qualquer envolvimento em escândalo. Deveria depor hoje na Dieta, a Câmara do Parlamento do Japão.
O Partido Liberal-Democrata, que governa o Japão desde 1955, com breve interrupção nos anos 90, e seu aliado o Komeito (Partido do Governo Limpo) precisam eleger 64 das 121 cadeiras que estarão em jogo, a metade do total, 242 senadores. Nas pesquisas 42% manifestaram preferência pelo Partido Democrata, de oposição, e 33% querem a vitória do PLD.
A posição do primeiro-ministro não está diretamente ameaçada porque depende da Câmara para a qual só precisam ser realizadas eleições em 2009. Mas se a oposição fizer maioria no Senado e começar a fazer obstrução, o governo pode ser forçado a antecipar as eleições gerais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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