Para tentar superar a crise provocada pela anulação do primeiro turno da eleição presidencial indireta pelo Supremo Tribunal da Turquia, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan decidiu antecipar as eleições parlamentares previstas para dezembro. Elas podem ser realizadas em 24 de junho.
Na sexta-feira passada, o Parlamento elegeu para presidente o atual ministro do Exterior, Abdullah Gul, de um partido muçulmano moderado. Como Gul pertence ao mesmo partido do primeiro-ministro, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, há temor de uma erosão dos princípios secularistas da Turquia pós-Primeira Guerra Mundial, que acabou com o Império Otomano.
Mais de 700 mil pessoas protestaram no domingo contra a islamização do país em Istambul, defendendo a República da Turquia laica e secularista como queria seu fundador, em 1923, Mustafa Kemal Ataturk, até hoje o grande herói nacional. As Forças Armadas são as guardiãs do kemalismo, a base ideológica da república.
Os rumores de golpe militar derrubaram a bolsa de valores, que caiu 6,3% na segunda e 3,2 na terça-feira.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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