O custo para controlar a emissão de gases que provocam o efeito estufa e conter o aquecimento global foi estimado entre 0,12% ao ano do produto mundial bruto, se ações decisivas foram adotadas já, pelos cientistas de mais de cem países, no Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (PIMC), que publicou hoje em Bancoc, na Indonésia, seu terceiro relatório sobre o problema este. Em 2030, o PMB seria 3% menor do que se nada for feito.
Nos relatórios anteriores, o painel das Nações Unidas fez um diagnóstico da influência do homem sobre o clima da Terra e um prognóstico dos desequilíbrios ambientais que acontecerão se não for reduzida a queima de combustíveis, especialmente carvão e petróleo.
Para evitar efeitos catastróficos, será necessário reduzir as emissões entre 50% e 85% até 2050. É preciso reduzir o uso de combustíveis fósseis, trocando-os por biocombustíveis e outras alternativas, como as energias solar, eólica, das mares e até nuclear.
Com uma redução de apenas 0,12% ao ano no crescimento global, será possível evitar os piores efeitos do aquecimento do planeta. Mas só vai dar certo se todos os países, ou pelo menos os mais importantes e mais poluidores, participarem do esforço.
A advertência é grave: a concentração na atmosfera dos gases que provocam o efeito estufa cresce constantemente; triplicou desde 1970. Mas é possível reduzir as emissões desses gases e ao mesmo tempo aumentar a riqueza da humanidade, argumentou em Bancoc Ogunlade Davidson, co-presidente do PIMC. Ele disse que a palavra-chave não é "sacrifício" mas mudança de "estilo de vida", por exemplo, trocando o carro pela bicicleta, quando for possível.
No momento, a concentração de gases que provocam o efeito estufa é de 425 partes por milhão. Se este nível for mantido em até 445 ppm, o aquecimento médio do planeta será contido em até dois graus centígrados. O custo seria uma redução de 3% na produção do mundo inteiro em 2030 em comparação com o que seria se nada for feito, sem levar em conta outros custos decorrentes do aquecimento da Terra.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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