O primeiro-ministro conservador da Espanha, Mariano Rajoy, deu hoje um prazo de cinco dias ao governador regional da Catalunha, Carles Puigdemont, para que "confirme se ontem declarou ou não a independência". Se a independência for confirmada, Rajoy pode aplicar o artigo 155 da Constituição da Espanha e cancelar a autonomia regional da Catalunha no dia 19.
"Se Puigdemont voltar à legalidade, se porá fim a esta época de incerteza e voltará o sossego", afirmou o chefe de governo espanhol, citado pelo jornal La Vanguardia, de Barcelona. "Puigdemont tem também a oportunidade de atender ao clamor que chega de tantos lugares para recuperar a convivência na Catalunha."
Foi uma das declarações de independência mais calhordas da história. O governador catalão anunciou a independência, mas suspendeu seus efeitos temporariamente para dar um prazo à negociação com o governo central espanhol.
Na prática, Puigdemont declarou a independência e propôs negociações em que só aceita um resultado, sem dar qualquer margem de negociação a Madri. Rajoy, por sua vez, não parece disposto a fazer qualquer concessão.
Uma solução negociada exigiria a reforma do estatuto de autonomia para dar autonomia financeira à Catalunha, aplacando as causas econômicas da independência. Isso parece distante. Se acabar com a autonomia e impuser o controle central de Madri, Rajoy pode convocar eleições antecipadas para dissolver o atual governo catalão.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o maior da oposição, apoiou o governo conservador.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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