quarta-feira, 1 de julho de 2015

Bebidas açucaradas causam 184 mil mortes por ano

Você pode achar refrescante e borbulhante, um alívio para o calor ou uma dose extra de açúcar para dar energia, mas os cientistas desaconselham o consumo de refrigerantes e bebidas açúcaradas, responsáveis por 184 mil mortes por ano no mundo, sendo 25 mil só nos Estados Unidos.

Em relatório publicado ontem na revista científica Circulation, pesquisadores da Universidade Tufts, de Medford, no estado de Massachusetts, concluíram que os refrigerantes e similares causam a cada ano 133 mil mortes por diabetes, 45 mil por doenças cardiovasculares e 6.450 por cânceres.

Cerca de três quartos destas mortes ocorrem em países em desenvolvimento. A América Latina tem índice de mortalidade elevado. O México puxa a lista mundial com 405 mortes para cada 1 milhão de adultos, num total de 24 mil ano, proporcionalmente mais do que nos EUA.

O Brasil é o sétimo do mundo na lista proporcional, com 82,1 mil mortes por ano para cada 100 milhões de habitantes.

A pesquisa coletou dados sobre dietas, mortes e doenças de mais de 600 mil pessoas desde 2010 para avaliar o impacto das bebidas açucaradas, que incluem refrigerantes gasosos, bebidas a base de frutas, energéticos, chás gelados açucarados e refrescos preparados em casa.

De acordo com a Associação Americana do Coração, a sociedade de cardiologia dos EUA, bebidas aúcaradas são a principal fonte de açúcar adicionado à dieta dos americanos. Em 2015, o Comitê de Aconselhamento de Diretrizes de Dieta recomendou a substituição dos refrigerantes por leite e sucos de frutas 100% naturais.

A Associação Americana das Bebidas, a federação empresarial do setor, reagiu alegando que "o estudo não mostra que consumir bebidas açucaradas causa doenças crônicas e que os próprios autores admitem que, na melhor das hipóteses, estão apenas estimando os efeitos do consumo de bebidas açucaradas."

O diretor da Escola Friedman de Política e Ciência da Nutrição, o médico Dariush Mozaffarian, um dos relatores da pesquisa, respondeu: "Se o argumento da indústria do açúcar é que não há correlação, está errado."

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