Horas antes de uma reunião de cúpula de emergência da União Europeia, o governo radical de esquerda da Grécia apresentou um novo plano para equilibrar as contas públicas criando um clima de otimismo quanto a um acordo para continuar recebendo ajuda internacional e evitar um calote de sua dívida pública no fim de junho de 2015. As bolsas europeias fecharam em forte alta, com avanços de 9% em Atenas, de 3,8% em Frankfurt e de 2,5% na média.
Desde que entrou em crise por não conseguir rolar sua dívida pública, em 2009, a Grécia recebeu empréstimos de emergência no valor de 240 bilhões de euros (R$ 847 bilhões) e renegociou uma redução da dívida. Mas teve de se submeter a um rigoroso programa de austeridade imposto pela UE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE). A dívida está hoje em 320 bilhões de euros (R$ 1,12 trilhão).
Em consequência da dureza do ajuste, a economia grega encolheu 25% nesse período e o desemprego superou os 25% entre a população adulta e chegou a 56% entre os jovens. Por esse motivo, em janeiro de 2015, a Coligação de Esquerda Radical (Syriza) venceu as eleições e Alexis Tsipras virou primeiro-ministro com a promessa de romper com o programa de austeridade.
O governo grego se recusa a promover um amplo programa de privatizações e a reduzir aposentadorias e pensões. Mas precisa fazer uma proposta realista baseada em números para convencer os credores e as instituições que fiscalizam o plano de resgate ao país.
A Grécia deve pagar 1,6 bilhão de euros (R$ 5,6 bilhões) no dia 30 ao FMI. Precisa de uma parcela de 7,2 bilhões de euros (R$ 25,4 bilhões) que só será liberada se houver acordo.
Às 11h de hoje em Bruxelas (6h em Brasília), Tsipras se reuniu com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker; a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde; o presidente do BCE, Mario Draghi; e o presidente do Grupo do Euro, Jeroen Dijsselbloem; para apresentar a nova proposta da Grécia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Grécia anuncia acordo e bolsas da Europa sobem
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