terça-feira, 9 de junho de 2015

Maduro faz o que nem Pinochet fez

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acaba de fazer o que nem o general Augusto Pinochet fez durante a ditadura militar do Chile (1973-90), quando o então primeiro-ministro espanhol Felipe González (1982-96) pôde visitar presos políticos no país.

González deixou Caracas hoje depois de uma visita de dois dias à Venezuela em que não conseguiu acesso ao principal preso político do país, o ex-prefeito de Chacao Leopoldo López. Também não pôde colaborar com a defesa do prefeito da região metropolitana da capital, Antonio Ledezma, que está em prisão domiciliar, noticiou o jornal espanhol El País.

A resposta do regime chavista foi declarar o antigo líder socialista da Espanha persona non grata na Venezuela. Pelo Twitter, Maduro acusou González: "O eixo Bogotá-Madri-Miami age em desespero, enviam personagens para legitimar sua guerra contra a Venezuela, querem pôr a mão na pátria."

O ex-chefe de governo da Espanha não teve autorização para entrar na prisão militar de Ramo Verde nem para assistir à audiência do processo contra López, preso há mais de um ano por causa da onda de protestos iniciada em 12 de fevereiro de 2014, em que pelo menos 42 pessoas foram mortas.

Depois de se reunir com os advogados de defesa dos presos políticos na casa da família López, González declarou que a Venezuela "precisa de muito diálogo" e que seria "um bom gesto" a convocação das eleições parlamentares previstas para este ano.

Na segunda-feira, ele se reuniu com a aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática para analisar a situação política venezuelana. Também foi à casa do ex-guerrilheiro Teodoro Petkoff, editor do semanário Tal Cual, que está proibido de sair da Venezuela pelo regime chavista, para lhe entregar o Prêmio Ortega y Gasset

"Gostaria de encontrar um país onde não houvesse bons e maus", resumiu o ex-primeiro-ministro espanhol ao deixar Caracas rumo à Colômbia.

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