Dias depois de aparecer num dos últimos lugares nas pesquisas sobre os aspirantes à candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2016, o governador da Louisiana, Bobby Jindal, de origem indiana, 44 anos, anunciou ontem a intenção de concorrer à Casa Branca.
Primeiro governador de origem indiana, uma comunidade que cresce nos EUA, eleito em 2007, com 36 anos, na segunda tentativa Jindal conquistou a reputação de burocrata eficiente e se tornou um dos políticos mais queridos pela direita religiosa, uma reencarnação do sonho americano.
Seus pais eram hinduístas. Ele se converteu ao catolicismo. Educado numa das melhores universidades dos EUA, Jindal se dedicou a tornar o governo estadual mais ágil e mais honesto.
Nos últimos anos, sua popularidade caiu. Jindal é acusado de esquecer Louisiana para se concentrar na corrida à Casa Branca. "Não acredito que ninguém no estado acredite que ele possa ganhar", resumiu Roy Fletcher, um consultor político ligado ao Partido Republicano em Baton Rouge.
Sua impopularidade é fruto do déficit orçamentário de US$ 1,6 bilhão na Lousiana, agravado pela queda nos preços internacionais do petróleo. Sua base eleitoral é formada por católicos e cristãos evangélicos conservadores. Sua maior proposta: "liberdade religiosa". Jindal já manifestou preocupação de proteger quem não apoia o casamento de pessoas do mesmo sexo. Com vários estados declarando ilegal a recusa de prestar serviços a homossexuais, por aí não vai longe.
Dos mais de dez aspirantes em luta pela candidatura republicana, os favoritos são o ex-governador da Flórida Jeb Bush, o senador pela Flórida de origem cubana Marco Rubio e o magnata imobiliário Donald Trump, a surpresa da última pesquisa. Por enquanto, Jindal é candidato de si mesmo. Mas sua determinação não deve ser desprezada.
Entre os pré-candidatos da oposição, Jindal é o único que fez um plano detalhado para substituir o programa do governo Barack Obama para garantir cobertura universal de saúde aos americanos.
A proposta transfere aos estados o controle total sobre Medicaid, o programa de saúde pública para pobres e ofereceria subsídios apenas àqueles que sob risco de doenças graves para garantir que possam pagar o seguro-saúde. Jindal também é contra os subsídios a empresas que ofereçam planos de saúde aos empregados.
Para os críticos à direita, a proposta para pacientes de alto risco seria cara demais. À esquerda, a reclamação é que basear a cobertura de saúde nas empresas desorganizaria o atual sistema.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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