A Grécia não vai pagar uma dívida de 1,55 bilhão de euros (US$ 1,73 bilhão) junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) com vencimento amanhã, 30 de junho de 2015, confirmou hoje o governo grego, enquanto líderes da União Europeia apelaram ao eleitorado do país que vote a favor do acordo com os credores no referendo de 5 de julho.
Hoje a chanceler (primeira-ministra) primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, descartou a possibilidade de uma medida de última hora para prorrogar o programa de ajuda econômica à Grécia sem que o país se comprometa a fazer mais cortes de despesas para equilibrar os gastos públicos.
A mensagem da UE aos gregos é clara: eles vão decidir se querem ou não continuar usando o euro como moeda. "Se votarem não, será desastroso", declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. "O voto não significa que estão dizendo não à Europa."
Para evitar um colapso do sistema financeiro, o governo decretou ontem feriado bancário até 6 de julho depois que o Banco Central Europeu (BCE) limitou a oferta de euros para os bancos gregos suportarem a corrida bancária dos depositantes com medo de perder seus depósitos e suas poupanças. Cada cliente pode sacar no máximo 60 euros por dia.
Diante do Parlamento, em Atenas, dezenas de milhares de pessoas se concentram para dar apoio ao governo radical de esquerda, eleito em janeiro com a promessa de acabar com o rigoroso programa de ajuste fiscal imposto pela União Europeia, o FMI e o BCE. A alternativa pode ser muito pior.
O governo da Grécia vai apoiar o não no referendo. Se o acordo não for aprovado, é provável que o país deixe de usar o euro como moeda, num colapso econômico pior do que o da Argentina em 2001-2, que jogou 58% dos argentinos abaixo da linha de pobreza. A Argentina tinha sua própria moeda na ressaca da dolarização, o desvalorizado peso argentino. A Grécia terá de recriar o dracma.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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