sexta-feira, 5 de junho de 2015

Grécia rejeita proposta dos sócios europeus como "absurda"

Um dia depois de adiar todos os pagamentos da dívida pública devidos neste mês para 30 de junho, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, rejeitou a proposta de acordo feita pelos países da Zona do Euro declarando-a "absurda". Parte para o confronto com os países credores.

Diante de uma maioria exultante, o líder do governo da Coligação de Esquerda Radical (Syriza) declarou ao Parlamento que não permitir que a Grécia seja "humilhada" pelos países credores: "O povo grego deve estar orgulhoso porque o governo não vai ceder diante de propostas absurdas."

Apesar da retórica radical, Tsipras insiste em que "um acordo está mais próximo do que nunca". Aposta que sua estratégia de negociação "logo vai dar frutos". Mas rejeita as "metas impossíveis" impostas pelos credores, informa o jornal The New York Times.

Depois de uma depressão econômica em que o produto interno bruto grego recuou 25% desde 2009, Tsipras se tornou primeiro-ministro com a vitória nas eleições parlamentares de 25 de janeiro de 2015. Prometeu acabar com o programa de austeridade imposto pela União Europeia (UE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE), reduzir a dívida e não se submeter à ingerência externa.

Os demais países-membros da Eurozona, liderados pela Alemanha, exigem um programa de ajuste das contas públicas de longo prazo. Insistem numa reforma previdenciária que equilibre receita e despesa no setor e uma flexibilização das leis do trabalho para facilitar contratações e demissões. Para um governo de esquerda radical, ceder nesses dois pontos será uma rendição.

Tsipras parte para um confronto capaz de tirar a Grécia da união monetária europeia. Os outros países que se submeteram aos rígidos programas de austeridade impostos pela Alemanha, como Espanha, Portugal e Irlanda, também não estão dispostos a ceder às exigências gregas, especialmente a Espanha, onde os novos partidos Podemos e Cidadãos avançam entre os eleitores "indignados" com a crise econômica.

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