A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos espionou regularmente de 2006 a maio de 2012 três presidentes da França, Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e o atual, François Hollande, revelaram hoje documentos vazados pelo WikiLeaks publicados pelo grupo Mediapart e o jornal francês Libération.
"No mundo da espionagem, não aliados nem amigos", resume o Libé, citando a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel. Indignada ao saber que era vigiada pelo serviço secreto americano, ela reagiu: "Espionagem entre amigos? Isso não se faz." E convidou o presidente Barack Obama a telefonar quando quisesse saber das novidades.
Os documentos vazados foram agrupados como Espionagem Elisée, com cinco relatórios da NSA. Dois foram mostrados pelos EUA aos serviços secretos aliados da Austrália, do Canadá, da Nova Zelândia e do Reino Unido. Três ficaram restritos à comunidade de informações dos EUA.
Durante o governo Jacques Chirac, a inteligência americana concluiu que o ministro do Exterior, Philppe Douste-Blazy era "propenso a fazer declarações inexatas ou inoportunas". Em 2008, depois do colapso do banco Lehman Brothers, o presidente Sarkozy estava convencido, ironizam os agentes dos EUA, de que era "o único homem capaz de resolver a crise".
O memorando mais recente é de uma conversa do presidente Hollande com o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault sobre a crise da Grécia e o risco de saída do país da união monetária europeia.
Se os documentos pirateados pelo WikiLeaks eram sigilosos, não revelam nenhum segredo de Estado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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