Depois de uma manifestação antirracista que terminou em violência na quinta-feira em Jerusalém, milhares de israelenses de origem etíope e seus simpatizantes fecharam hoje ruas do centro de Telavive em protesto contra o racismo institucionalizado e a brutalidade policial em Israel. Pelo menos 46 pessoas saíram feridas, sendo 23 policiais, e 15 foram presas, noticiou o jornal liberal israelense Haaretz.
A onda de protestos com o racismo da polícia chegou a Israel depois da divulgação na semana passada de um vídeo em que um soldado etíope do Exército de Israel foi agredido e ameaçado por dois policiais. Veja no jornal conservador The Times of Israel.
Neste domingo, a violência explodiu na Praça Yitzhak Rabin, em Telavive. A polícia usou bombas de efeito moral e gás lacrimogênio para dispersar a multidão.
O chefe de polícia, Yohanan Danino, declarou que "a maioria das reclamações dos etíopes israelenses não tem a ver com a polícia. Há um problema mais profundo de assimilação. Assumo a responsabilidade pelos casos onde houve abusos, que serão investigados e punidos."
No início da noite, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pediu calma e prometeu investigar as denúncias da comunidade etíope-israelense, mas declarou que "não há lugar para a violência e atos fora da lei".
Amanhã, o primeiro-ministro participa de uma reunião entre líderes da comunidade etíope-israelense e representantes dos ministérios da Segurança Pública, do Interior e da Previdência Social. O soldado agredido pela polícia, Demas Fekadeh, também estará presente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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