quarta-feira, 27 de abril de 2016

Ted Cruz indica Carly Fiorina para vice nos EUA

Num gesto de desespero, sem condições matemáticas de superar o magnata imobiliário Donald Trump na disputa pela candidatura do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos em 8 de novembro, o senador evangélico ultraconservador Ted Cruz indicou a executiva Carly Fiorina como candidata a vice-presidente.

"Durante os 13 meses desta corrida, houve uma lutadora testada e consistente. Uma lutadora que aterroriza Hillary. Por isso, tenho o orgulho de anunciar Carly Fiorina como minha vice-presidente", declarou Cruz.

Ex-diretora-executiva da empresa multinacional Hewlett-Packard (HP), Fiorina, de 61 anos, foi candidata ao Senado pela Califórnia em 2010, o estado mais populoso dos EUA, onde haverá 172 delegados em disputa na eleição primária republicana.

Sem grande prestígio num estado liberal depois de ser arrasado por Trump no Nordeste dos EUA por criticar os "valores de Nova York", resta a Cruz apelar ao eleitorado religioso e a Fiorina. O bilionário lidera na Califórnia com mais de 25 pontos percentuais de frente.

Quando ainda estava na luta, Fiorina afirmou que não aceitaria um convite para ser vice: "Não. Estou concorrendo a presidente e não para ser vice. As pessoas que me apoiam sabem que sou a candidata mais qualificada para ser presidente e para conquistar o cargo. Este é o desafio e vou ganhar."

Em março, depois de abandonar sua própria campanha, Fiorina apoiou Cruz. O costume é indicar o candidato a vice-presidente quando a candidatura a presidente está assegurada.

"Parece fora de contato com a realidade indicar vice-presidente antes de garantir os 1.237", comentou o ex-presidente da Câmara e ex-aspirante à Casa Branca Newt Gingrich, referindo-se ao mínimo necessário para ser nomeado candidato oficialmente.

Sem chances matemáticas no confronto direto, Cruz aposta que Trump também não chegue lá para que o Partido Republicano tenha uma disputa dentro da convenção nacional de 18 a 21 de julho, em Cleveland, no estado de Ohio. Se Trump não levar na primeira votação, a disputa fica em aberto. Os delegados não precisam mais seguir a distribuição definida nas eleições primárias.

Com Fiorina a seu lado, Cruz sonha em ser ungido na convenção.

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