A milícia extremista muçulmana nigeriana Boko Haram usou 44 crianças-bomba em 2015, 11 vezes mais do que no ano anterior, denunciou um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), citado pelo jornal The New York Times.
O Unicef estima que 20% dos terroristas suicidas do Boko Haram nos últimos anos eram menores de idade. A mais jovem tinha apenas oito anos.
"Para mim, é a essência do mal", declarou o coordenador de ações humanitárias da ONU para a África Ocidental. "Não consigo pensar em nada mais horrível.
O Boko Haram, que significa não à educação ocidental, aderiu em 2009 à luta armada para impor a lei islâmica à Nigéria, provocando uma guerra civil em que 20 mil pessoas foram mortas. Também age em países vizinhos como Camarões, o Chade e o Níger. Só em Camarões, houve 22 atentados suicidas cometidos por menores.
Na maioria dos casos, as vítimas eram meninas e às vezes nem sabiam que estava carregando bombas detonadas por controle remoto.
Há dois anos, o grupo sequestrou 273 meninas numa escola cristã em Chibok, no Nordeste da Nigéria. Algumas conseguiram fugir, mas a maioria nunca foi libertada. Muitas foram obrigadas a se casar com os jihadistas e várias se transformaram em militantes voluntariamente ou não.
Houve meninas que aceitaram ser terroristas suicidas na esperança de encontrar um policial e soldado e se entregar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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