Depois de quatro meses de negociações malsucedidas, o rei Felipe VI, da Espanha, decidiu ontem não indicar mais nenhum líder de partido para tentar formar um novo governo com base nos resultados das eleições de 15 de dezembro de 2015. Um novo Parlamento deve ser eleito em 26 de junho de 2016.
O Partido Popular, conservador, no poder desde 21 de dezembro de 2011, foi o mais votado em dezembro. Conquistou 28,7% dos votos e 123 cadeiras, muito abaixo dos 45% e 187 deputados que permitiam ao primeiro-ministro Mariano Rajoy formar um governo de maioria.
Em segundo lugar, ficou o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com 22% dos votos e 90 deputados, em comparação com os 28,6% e os 110 deputados nas eleições de 2011. Mas seu líder, Pedro Sánchez, se negou a fazer uma grande aliança com a direita. Preferiu se aliar aos novos partidos.
O partido esquerdista Podemos, uma das grandes novidades da política espanhola, obteve 20,7% dos votos, elegendo 69 deputados, e se negou a formar uma coligação com Cidadãos, o novo partido liberal de centro-direita, que recebeu 13,9% dos votos e elegeu 40 deputados. Ambos são filhos da dura crise econômica que elevou o desemprego na Espanha para mais de 25% e mais de 50% entre os jovens.
Diante dessa divisão e das negativas do PSOE e do Podemos de formar as coalizões possíveis, só restou ao rei devolver a responsabilidade aos eleitores.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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