Para combater o tráfico de marfim, sob a supervisão do presidente Uhuru Kenyatta, o Quênia queimou hoje 105 toneladas de presas de elefantes e 1,35 ton chifres de rinocerontes no Parque Nacional de Nairóbi, noticiou a Agência France Presse (AFP).
Num gesto simbólico, cerca de 5% do estoque mundial de marfim viraram fumaça. Os presidentes Kenyatta e Ali Bongo Ondimba, do Gabão, país que tem a metade dos elefantes de floresta da África, enfiaram as tochas numa das 11 pirâmides de três metros de altura de presas empilhadas.
"Ninguém, repito, ninguém pode fazer comércio de marfim porque este comércio é sinônimo de morte para nossos elefantes e nosso patrimônio natural", declarou o presidente queniano. Ele descreveu o tráfico de marfim como parte do crime organizado internacional e defendeu uma proibição total da venda de marfim, chamado na África de ouro branco.
Os críticos alegam que destruir uma mercadoria escassa tende a aumentar o preço e a cobiça dos criminosos e que o marfim poderia ter sido vendido legalmente para financiar programas de combate ao tráfico.
Cerca de 30 mil elefantes são mortos por ano por traficantes de marfim. Restam hoje no continente africano entre 450 e 500 mil elefantes. As mortes naturais somadas ao massacre promovido pelo tráfico ultrapassam a capacidade de reprodução destes animais selvagens.
A maior demanda hoje vem da Ásia, especialmente da China, onde um quilo vale cerca de mil euros (R$ 3.933).
Em plena temporada de chuvas, uma tempestade causou o desabamento de um prédio numa favela da capital queniana, matando 17 pessoas, mas na hora de queimar as pirâmides de marfim o céu estava claro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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