Se o Reino Unido sair da União Europeia, será um país mais pobre e menos poderoso, advertiu hoje o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante visita a Londres. A "relação especial" com os EUA de que os conservadores britânicos tanto se orgulham seria abalada.
Em artigo no jornal conservador The Daily Telegraph, o presidente lembrou que o número de soldados americanos enterrados na Europa depois de duas guerras mundiais indica como a segurança e a prosperidade dos dois lados do Atlântico Norte depende desta aliança.
Durante entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro David Cameron, Obama se somou à maioria das grandes empresas e ao centro financeiro de Londres para alertar que a vida fora da UE será mais difícil. O Reino Unido teria de "entrar no fim da fila" para negociar um acordo de liberalização comercial com os EUA.
O principal argumento é o prejuízo econômico da saída do bloco europeu: "Se eu tivesse acesso a um grande mercado para onde vão 44% das exportações e estivesse pensando em abandonar uma organização que me dá acesso a esse mercado e garante milhões de empregos e é responsável por um comércio enorme do qual inúmeras empresas dependem - é algo que provavelmente eu não faria", afirmou Obama.
Partidários da saída da UE como o prefeito de Londres, Boris Johnson, e o líder do Partido da Independência do Reino Unido, Nigel Farage, atribuíram as declarações ao fato de Obama ser filho de pai do Quênia, país africano que foi parte do Império Britânico.
A postura de Obama seria simplesmente fruto do anticolonialismo. Johnson está sendo acusado de racismo por invocar as raízes africanas do presidente americano.
O referendo está marcado para 23 de junho de 2016. Na última pesquisa das pesquisas, computando dados das seis últimas sondagens da opinião pública, realizadas de 12 a 19 de abril, a permanência na UE vence por 54% a 46%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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