O presidente Enrique Peña Nieto propôs hoje a legalização de medicamentos baseados em maconha e o aumento da quantidade que os usuários da droga podem portar legalmente no México. Condenados por pequenos crimes de porte e uso de maconha serão libertados, informa a agência Reuters, citada pelo jornal digital The Huffington Post.
Desde que o presidente Felipe Calderón (2006-12), do direitista Partido de Ação Nacional (PAN) declarou guerra às máfias do tráfico de drogas para os Estados Unidos, mais 165 mil pessoas foram mortas.
Enquanto alguns estados americanos (Alasca, Colorado, Oregon, Washington e Distrito de Colúmbia) legalizavam o uso recreativo da maconha, os mexicanos continuam se matando para traficar drogas para os EUA.
Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI) era contra a liberalização das drogas. Cedeu à realidade.
"Nosso país sofreu os efeitos danosos do crime organizado ligado às drogas. Afortunadamente, um novo consenso global ganha força gradualmente para uma reforma no regime internacional de drogas", declarou o presidente na Cidade do México. "Em vez de incriminar os consumidores, vamos oferecer alternativas e oportunidades."
Em novembro de 2015, por 4 a 1, o Supremo Tribunal Federal do México decidiu que os cidadãos mexicanos têm o direito de cultivar e transportar maconha para uso pessoal e recreativo. A quantidade permitida era 5 gramas por adulto. Agora, o limite sobe para uma onça de 28 gramas.
A deputada Cristina Díaz, do PRI, apresentou um projeto de lei autorizando a importação de produtos medicinais a base de maconha. Deve ser aprovado em maio.
O Partido da Revolução Democrática (PRD), de esquerda, é a favor da legalização imediata do uso recreativo. O PRI e a coligação esquerdista Morena defenderam a convocação de um plebiscito, enquanto o PAN se limitou a propor um debate sobre o assunto.
Se a maconha for legalizada, a corretora de investimentos privados Privateer Holdings estima que o mercado mexicano movimentará US$ 1,7 bilhão por ano entre os usos medicinal e recreativo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
Está ficando difícil a proibição do uso da maconha; recentemente, descobri que, se eu fumar uma carteira de cigarro de uma só vez, eu morro mas seria preciso fumar seiscentos quilos de maconha para isso ocorrer. que ironia faz a industrialização!
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