Com o adiamento do segundo turno da eleição presidencial de 27 de dezembro de 2015 para 24 de abril de 2016, o Haiti terá um governo de transição para substituir o presidente Michel Martelly, que deixou o cargo em 6 de fevereiro, informa o boletim de notícias da TV France24.
Num acordo de última hora de Martelly com os presidentes da Câmara e do Senado, foi acertado que um presidente interino será eleito pelo Congresso em cinco dias. O chefe de Estado interino terá a missão de escolher um primeiro-ministro de consenso e assegurar a continuidade do processo eleitoral, que já custou US$ 100 milhões.
O Haiti é o país mais pobre da América. Cerca de 78% dos seus 10,5 milhões de habitantes sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. Há mais de dez anos, o Brasil lidera uma força de paz das Nações Unidas para pacificar o país. Em 12 de janeiro de 2012, a capital do país, Porto Príncipe, foi arrasada por um violento terremoto que deixou mais de 200 mil mortos.
Proibido de se candidatar pela Constituição de 1987, aprovada depois da queda da ditadura da família Duvalier no ano anterior, Martelly apoiou Jovenel Moïse, vencedor no primeiro turno. O segundo colocado, Jude Célestin, acusa o governo de parcialidade e fraude eleitoral, e ameaça boicotar o segundo turno.
O novo presidente haitiano eleito pelo voto popular deve tomar posse em 14 de maio. A eleição indireta do interino já causa problemas. A oposição alega que o chefe de Estado provisório deveria ser o presidente do Supremo Tribunal e não um parlamentar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Haiti terá governo de transição para evitar vácuo de poder
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