A Organização Mundial da Saúde declarou hoje que a epidemia do vírus zika é uma "emergência internacional de saúde pública, noticiou o jornal americano The Washington Post.
É a terceira vez que este órgão das Nações Unidas faz isso. A primeira vez foi contra a pandemia da gripe suína (vírus H1N1), em 2009, e a mais recente foi por causa da epidemia do vírus ebola no Oeste da África, em 2014 e 2015.
A decisão foi tomada numa reunião do comitê de emergência da OMS diante da "propagação explosiva" do vírus zika nas Américas Central e do Sul, principalmente no Brasil, onde foram detectados 4 mil casos de bebês nascidos com microcefalia por causa da doença em suas mães durante a gravidez.
Com a declaração da emergência, a OMS deve agilizar a ajuda aos 22 países mais afetados e preparar outros países para enfrentar a propagação da doença. Também haverá ênfase nos impactos sobre fetos, crianças e adultos.
O vírus zika, identificado pela primeira vez em florestas de Uganda, no Centro da África, só foi ligado à microcefalia no ano passado por médicos do Nordeste do Brasil alarmados com a explosão dos casos em recém-nascidos na região mais pobre do Brasil.
Desta vez, a OMS foi mais rápida, depois de ser muito criticada por demorar a reagir à epidemia de ebola.
Diante da certeza de que a doença deve chegar à Flórida e ao Texas, estados do Sul dos Estados Unidos onde os verões são quentes e há pântanos infestados de mosquitos, o presidente Barack Obama se mobilizou para que seja desenvolvida uma vacina contra o vírus zika. Mas isso pode demorar alguns anos.
No momento, as autoridades de vários países desaconselham viagens aos países infectados, o que pode ter um impacto sobre o turismo e a Olimpíada do Rio de Janeiro. Este momento que serviria para celebrar a ascensão do Brasil no cenário internacional pode virar motivo de vergonha nacional.
As mulheres grávidas com suspeita de zika devem fazer exames médicos. Se a doença for confirmada, devem fazer ultrassonografia para saber se o feto foi atingido. A expectativa é de um grande aumento no número de abortos, que são permitidos nos EUA, mas proibidos nos países onde a situação é mais grave hoje.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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