Depois de um mês e meio de negociações, os Estados Unidos e a China chegaram a um acordo para impor novas sanções à Coreia do Norte por seus testes nucleares e de mísseis, noticiou hoje o jornal The Wall Street Journal.
A embaixadora americana nas Nações Unidas, Samantha Power, deve apresentar hoje um projeto de resolução ao Conselho de Segurança. A expectativa é de um endurecimento capaz de atingir o regime comunista norte-coreano.
"Estamos trabalhando no Conselho de Segurança numa resposta forte a ampla a última série de testes feitos para avançar no programa de armas nucleares", declarou o porta-voz interino da delegação dos EUA na ONU, Kurtis Cooper.
Os detalhes ainda não foram revelados. As sanções podem ir até num bloqueio marítimo, além de criar uma lista negra de militares e intermediários envolvidos com o programa nuclear da Coreia do Norte.
Todas as tentativas passadas de impedir o desenvolvimento do programa nuclear norte-coreano fracassaram. Desde o fim da União Soviética, em 1991, quando perdeu seu maior patrocinador, a Coreia do Norte faz uma chantagem nuclear, barganhando alimentos e energia para sustentar seu regime stalinista economicamente falido.
Desde 2006, o governo de Pionguiangue fez quatro testes nucleares e foi alvo de quatro resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
A questão norte-coreana é uma carta na manga do regime comunista chinês em negociações com os EUA, que precisam da China para controlar a Coreia do Norte. Quando navios de guerra dos EUA desafiam o crescente poderio militar chinês em águas disputadas do Mar do Sul da China, a crise permanente na Península Coreana ajuda a desviar ou ao menos dividir a atenção de Washington.
Mas há um limite. Depois das últimas demonstrações de força da Coreia do Norte, os EUA aceleraram as negociações com a Coreia do Sul para instalar um sistema avançado de defesa antimísseis. Isso poderia dar aos americanos uma vantagem estratégica decisiva num possível confronto com a China, uma capacidade de abater mísseis intercontinentais chineses logo depois do lançamento.
Um porta-voz do Ministério da Defesa da China observou hoje que o sistema de defesa antimísseis vai muito além da Península Coreana e assim "prejudica diretamente os interesses estratégicos e de segurança da China e afeta a estabilidade estratégica global."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
O material militar norte coreano é russo; aviões, mísseis de médio alcance, submarinos. A carta na manga com certeza não fala chinês e os EUA colocaram na Korea do sul um canhão para abater um mosquito, o jogo parece ser outro!
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