sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Comércio internacional sofre maior queda desde auge da crise

Com a queda na demanda nos países emergentes, abalados pela queda nos preços dos produtos primários, o comércio internacional sofreu em 2015 sua maior queda desde o auge da Grande Recessão, em 2009. O valor dos bens negociados no ano passado caiu 13,8% em dólares, informou o Monitor do Comércio Mundial do Escritório de Análises de Política Econômica da Holanda.

Os dados divulgados ontem são a primeira radiografia do comércio em 2015. A maior parte da queda se deve à desaceleração na China e à crise em outros países emergentes, como o Brasil. Ao mesmo tempo, os números são um alerta para riscos da economia mundial em 2016, quando a situação está se deteriorando ainda mais.

As exportações da China para o Brasil em contêineres caíram 60% em janeiro de 2016 em relação a janeiro de 2015, enquanto o volume total de importações chinesas do Brasil foi reduzido à metade, pelos cálculos da empresa Maersk Line, maior empresa de transporte marítimo de cargas do mundo.

Em volume, o comércio internacional cresceu 2,5% no ano passado. Mesmo assim, ficou abaixo do crescimento mundial, de 3,1%. Antes da crise de 2008, o comércio avançava num ritmo duas vezes mais forte do que o crescimento.

Essas preocupações estão no centro da reunião de dois dias de ministros das Finanças e diretores de bancos centrais dos países do Grupo dos Vinte (G-20), que reúne os 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia (UE). O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, adverte para o risco da economia mundial "ficar presa numa armadilha de baixo crescimento, inflação baixa e taxas de juros baixas".

Há um consenso de que a ação dos bancos centrais não basta para superar a crise. Isso depende de uma ação mais decidida das autoridades políticas para mobilizar recursos para estimular o crescimento.

A boa notícia para o Brasil é o aumento das exportações para a Ásia, beneficiadas pela baixa de 40% na cotação do real em relação ao dólar nos últimos 12 meses.

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