A Rússia rejeitou uma proposta dos Estados Unidos para uma trégua imediata que viabilize o início das negociações sobre a paz na Síria, mas Moscou sugeriu a data de 1º de março. Isto daria tempo para a ditadura de Bachar Assad vencer a Batalha de Alepo, que antes da guerra era a capital econômica do país.
As negociações estão previstas para começar em 25 de fevereiro. Os rebeldes exigem um cessar-fogo imediato e o fim do cerco a áreas sitiadas onde a população civil está sendo ameaçada pela fome e pelos bombardeios.
Desde 30 de setembro de 2015, a Rússia intervém militarmente com bombardeios aéreos em apoio a seu aliado Bachar Assad. O governo, que estava à beira do colapso, lançou contraofensivas em várias frentes com a ajuda de batalhões da Guarda Revolucionária do Irã e da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).
O objetivo da Rússia é enfraquecer todos os grupos de oposição menos o Estado Islâmico do Iraque e do Levante para fortalecer o regime na mesa de negociação e apontar Assad como a única alternativa ao terrorismo. Mas, apesar das atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico, o maior terrorista na Síria é Assad. Sua vitória não vai reverter o fluxo de refugiados.
Um relatório recente do Centro Sírio para Pesquisas Políticas estimou em 470 mil o total de mortos na guerra civil da Síria, onde 45% da população fugiram de casa. Pelos números das Nações Unidas, pelo menos 260 mil pessoas foram mortas na guerra civil síria, que completa cinco anos em março.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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