Pouco depois de deixar hoje Mogadíscio, a capital da Somália, rumo a Djibouti, no Nordeste da África, houve uma explosão a bordo do voo D3159 da companhia aérea Daallo Airlines, mas o piloto conseguiu voltar ao aeroporto e fazer um pouso de emergência. A maior suspeita é a milícia jihadista somaliana Al Chababe (A Juventude).
Pelo menos uma pessoa morreu e duas saíram feridas. As fotos da aeronave mostram um rombo na fuselagem perto da asa direita. A bomba deve ter explodido sobre o assento e não embaixo. Parece uma operação como a tentativa de derrubar o voo 253 (Amesterdã-Detroit) da empresa aérea americana Northwest Airlines no dia de Natal, em 2009.
Naquele dia, Umar Farouk Abdulmutallab, um nigeriano de 23 anos, tentou provocar uma explosão quando o avião chegava ao aeroporto de Detroit, mas a bomba que escondia sob a roupa pegou fogo e ele foi contido por passageiros e tripulantes.
A milícia somaliana Al Chababe é ligada à rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, responsável pelo atentado do Natal. Na revista Inspire, Al Caeda recomenda atentados contra voos longos, "quando você terá tempo suficiente para escolher as circunstâncias corretas para realizar a operação", de preferência em alta altitude, com uma explosão entre as asas para atingir os tanques de combustível ou na cauda para acabar com a dirigibilidade do avião.
O fracassado atentado na Somália mostra mais uma vez que nem toda bomba consegue destruir um avião. Entre os casos anteriores, há os voos 830 da PanAm em 1982, 840 da TWA em 1986 e 434 da Philippine Airlines em 1994.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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