Enquanto aproveita o reatamento das relações com os Estados Unidos para tentar recuperar a economia, e nesta semana o ditador Raúl Castro esteve em Paris, o regime comunista de Cuba aumenta a repressão às oposições mostrando que a abertura econômica não será acompanhada de uma abertura política, informa o jornal francês Le Monde.
Em 2015, o número de prisões e interpelações de dissidentes bateu recorde. Só em novembro, foram 1.447. O método mais comum é prender temporariamente, como num sequestro-relâmpago, para intimidar e não provocar grande reação.
Na França, Raúl assinou acordos nas áreas de turismo, transporte ferroviário e um comércio mais equilibrado. O presidente François Hollande reiterou o apelo aos Estados Unidos feito em maio passado em Havana para a suspensão total e imediata do embargo econômico à ilha, que vem desde 1960, é praticamente total desde 1962 e lei do Congresso desde 1992, então depende de deputados e senadores para ser revogado.
Com a atual composição do Congresso dos EUA, dominado pela oposição conservadora, o embargo não tem chance de ser suspenso. A lei exige abertura política e realização de eleições livres na ilha, o que não está nos planos dos irmãos Fidel e Raúl Castro.
Os irmãos Castro governam Cuba desde 1959. Raúl sucedeu o irmão em 2006 e promete entregar o poder a uma nova geração em 2018.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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