O governo Mauricio Macri ofereceu US$ 6,5 bilhões a credores estrangeiros que não aceitaram as renegociações da dívida da Argentina feitas nos governos Néstor e Cristina Kirchner, noticiou a Agência France Presse citando como fonte o mediador, Daniel Pollack.
Esse valor representa mais de 70% dos US$ 9 bilhões que a Justiça dos Estados Unidos deu aos credores em decisão de 2014. O governo Cristina Kirchner se negou a pagar, alegando que se tratavam de "fundos abutres". Isso limitou ainda mais o acesso da Argentina ao mercado financeiro internacional.
Desde sua posse, em 10 de dezembro de 2015, Macri tenta atrair o capital estrangeiro e afrouxar os controles de câmbio e preços para incentivar o crescimento da economia.
Há quatro dias, a Argentina fechou um acordo com credores italianos que compraram bônus no valor de US$ 900 milhões antes do colapso da economia do país com o fim da dolarização da era Menem, em 2001. Concordou em pagar US$ 1,35 bilhão, 150% do valor nominal dos títulos, menos do que os US$ 2,5 bilhões exigidos, noticiou a agência Bloomberg.
Em 2005 e 2010, a Argentina renegociou mais de 90% sua dívida pública, que era de cerca de US$ 100 bilhões no fim de 2001, com redução de cerca de 70%. Alguns credores não aceitaram a proposta.
A quem aceitou, o governo prometeu oferecer as mesmas condições se fizesse propostas melhores aos outros credores, argumento usado por Cristina para não pagar os 100% do valor de face exigidos por fundos americanos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Esse governo parece ser mais esperto que o anterior; iniciou uma corrida de pagamentos e, quando se é dinheiro, ninguém quer ser o último da fila!
Macri quer tornar a Argentina um país normal, que cumpre contratos e obrigações internacionais para ter acesso ao mercado financeiro internacional.
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