sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Corrupção ameaça vitória de Morales em referendo na Bolívia

A corrupção ameaça o sonho do presidente Evo Morales de se perpetuar no poder na Bolívia eliminando as restrições à reeleição num referendo no próximo domingo, 21 de fevereiro. Uma empresa onde trabalha uma ex-namorada de Morales teria assinando contratos milionários com o governo. Mas não é o único caso.

Uma multidão de manifestantes tocou fogo ontem na Prefeitura da cidade de El Alto, onde fica o aeroporto de La Paz. Seis pessoas morreram por inalar a fumaça. A prefeita Soledad Chapeton acusou os manifestantes de destruir as provas da corrupção de seu predecessor, Edgar Patana.

Patana pertence ao Movimento ao Socialismo (MaS), partido do presidente. No primeiro ano de seu terceiro mandato depois de se reeleger em outubro de 2014 com 61% dos votos, Morales sonha desde já com o quarto, embora a próxima eleição presidencial seja em 2019.

Com 70% de apoio popular, o presidente acreditou ser um bom momento para aprovar a reeleição sem limites. Os escândalos complicaram a situação. Pela primeira vez, corre o risco de perder uma votação.

Gabriela Zapata Montaño tinha 18 anos entrou para o MaS em 2005, durante a primeira campanha
Gabriela Zapata, a mulher que ameaça Evo
eleitoral de Morales, o primeiro índio a governar a Bolívia, onde a população indígena é maioria. O caso durou dois anos e eles tiveram um filho que morreu em condições não esclarecidas. A partir daí, em 2007, o casal se afastou.

Ela trabalha hoje como gerente comercial da companhia chinesa CAMC, que assinou sete contratos com o governo boliviano no valor de US$ 576 milhões (R$ 2,317 bilhões). Evo admite a relação, mas nega o tráfico de influência.

O vice-presidente Álvaro García Linera também é objeto de um escândalo. A Universidade Autônoma do México negou que ele tenha se formado em matemática lá, revelou o jornal chileno La Tercera.

Antes dos escândalos, Morales prometia ganhar com 70% dos votos. Na semana passada, uma pesquisa do instituto Mori deu empate em 40%. Mas numa pesquisa rápida do diário Página Siete depois das alegações de corrupção o não liderava com 47% contra 28% do sim.

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