Depois de mais de meio século de ditadura militar, Mianmar (antiga Birmânia) empossou hoje o primeiro Parlamento parcialmente eleito. A maioria é da Liga Nacional pela Democracia, liderada por Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1991, mas ela está legalmente impedida de concorrer à Presidência.
A LND elegeu 255 dos 440 deputados e 135 dos 224 senadores, acabando na prática com o domínio absoluto dos militares sobre este empobrecido país do Sudeste Asiático, que vinha desde 1962. Mas os militares controlam 25% das cadeiras e têm poder de veto sobre reformas constitucionais. O comandante das Forças Armadas tem a prerrogativa de nomear os ministros da Defesa e do Interior.
Win Myint, da LND, foi eleito presidente do Parlamento, e T-Khun Myat, da minoria étnica kachin, vice.
O desafio da LND é formar uma coalizão que atraia os pequenos partidos representando minorias étnicas sem alienar a maioria nacionalista e budista nem os militares, que ainda controlam boa parte do Parlamento e da economia do país.
Suu Kyi advertiu que seja quem for o presidente do país, a ser eleito indiretamente, quem vai mandar é ela, num desafio aos militares. Filha de Aung San, o herói da independência do país do Império Britânico em 1948, não pode ser presidente porque é viúva de um britânicos e tem filhos cidadãos britânicos, uma cláusula constitucional incluída sob medida para afastá-la.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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