quarta-feira, 1 de julho de 2015

Filial do Estado Islâmico ataca Exército do Egito no Sinai

Num dos maiores ataques rebeldes da história moderna do Egito, cerca de 300 milicianos armados com fuzis, metralhadoras, mísseis antiaéreos e um carro-bomba lançaram ataques simultâneos contra 15 postos militares e quartéis do Exército no Norte da Península do Sinai. Pelo menos cem milicianos e 17 soldados foram mortos, informou o jornal libanês The Daily Star citando fontes das Forças Armadas egípcias.

Caças-bombardeiros F-16 e helicópteros de combate Apache participaram do contra-ataque das Forças Armadas do Egito. Eles destruíram três veículos utilitários esportivos armados com mísseis antiaéreos.

Um grupo que se apresenta como a Província do Sinai do Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pela operação, realizada um dia depois que o ditador Abdel Fattah al-Sissi anunciou um endurecimento na luta contra os jihadistas, defensores de uma "guerra santa" para impor sua versão extremista do islamismo.

A Península do Sinai é uma região estratégica entre o Canal de Suez, a Faixa de Gaza e Israel. Pelo acordo de paz assinado entre Israel e o Egito em 1979, deveria ser uma zona desmilitarizada. Mas a presença cada vez maior de extremistas muçulmanos depois da queda da ditadura de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011, na Primavera Árabe, levou Israel a apoiar as ações do Exército do Egito.

Os jihadistas minaram a área ao redor da delegacia de polícia de Cheikh Zuweid e a estrada de Cheikh Zuweid em direção ao quartel de Zuhour, onde tomaram dois veículos blindados, armas e munições. Horas depois, o Exército conseguiu romper o cerco a Cheikh Zuweid.

É uma escalada na guerra civil dissimulada que o Egito vive desde o golpe de 3 de julho de 2013, que acabou com a Primavera Árabe. O general Al-Sissi, então comandante das Forças Armadas, derrubou o único presidente eleito democraticamente da história do país, Mohamed Mursi. Caía o governo da Irmandade Muçulmana, o mais antigo movimento fundamentalista islâmico, declarado terrorista depois do golpe.

Desde então, mais de mil militantes islamitas e 600 soldados e policiais foram mortos. A alta cúpula da Irmandade, inclusive o presidente deposto, foi condenada à morte. Na segunda-feira, o procurador-geral Hisham Barakat, principal responsável pela acusação nos processos, foi assassinado num atentado a bomba no Cairo.

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