A Câmara dos Deputados da Líbia, o parlamento reconhecido internacionalmente, vai indicar nos próximos dias o general Khalifa Hifter para comandante do Exército, informou a televisão pública britânica BBC.
Desde outubro de 2014, o general Hifter coordena as forças leais ao governo provisório nos combates contra milícias islamitas na capital, Trípoli, e na segunda maior cidade do país, Bengázi. Sob pressão dos jihadistas, os deputados fugiram da capital e se reúnem na cidade de Tobruk, enquanto o velho parlamento, leal às milícias islamitas, faz sessões na capital.
Desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em 2011, a Líbia não tem um governo estável. Kadafi desinstitucionalizou o país, colocando tudo sob seu controle. Por medo de golpes militares, não tinha nem Forças Armadas organizadas.
Com uma população pequena, de apenas 6,2 milhões de habitantes, e grandes jazidas de petróleo e gás natural, a Líbia tem tudo para ser um país rico. Primeiro, precisa reconstruir o Estado Nacional.
O prolongado conflito na Líbia aumentou o tráfico de armas no Norte da África, com reflexo sobre os países do Sahel, onde aumentou o terrorismo de grupos aliados ideologicamente à rede terrorista Al Caeda, na Nigéria, no Mali, na República Centro-Africana e na Somália. Agora, aliados do Estado Islâmico do Iraque e do Levante declararam que Derna é a primeira cidade líbia a aderir ao Califado.
Na semana passada, oficiais do Pentágono, o Departamento da Defesa dos Estados Unidos manifestaram preocupação com a existência de centros de treinamento do Estado Islâmico no deserto da Líbia, onde pelo menos 200 jihadistas estariam sendo preparados para a "guerra santa" contra os infiéis - todos que não comungarem com sua versão extremada do Corão Sagrado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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