Depois da derrota no Conselho de Segurança das Nações Unidas de uma proposta de resolução para exigir a retirada de Israel da Cisjordânia, inclusive do setor árabe de Jerusalém, e a criação de um país para seu povo, a Autoridade Nacional Palestina decidiu hoje oficialmente pedir associação ao Tribunal Penal Internacional, onde poderá denunciar os crimes de guerra israelenses.
A resolução exigia a retirada de Israel até o fim de 2017 dos territórios palestinos ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e o reinício do processo de paz para criação de um Estado Nacional palestino até o fim de 2018.
O projeto obteve apenas oito dos nove votos necessários para a aprovação, mas seria vetado de qualquer maneira pelos Estados Unidos, que votaram contra. Dos outros membros permanentes com direito de veto na ONU, a China, a França e a Rússia votaram a favor, e o Reino Unido se absteve, informou a televisão pública britânica BBC.
Também votaram a favor a Argentina, o Chade, o Chile, a Jordânia, que apresentou o projeto de resolução, e Luxemburgo. Os EUA e a Austrália votaram contra. Além do Reino Unido, a Coreia do Sul, a Lituânia, a Nigéria e Ruanda se abstiveram. A Palestina contava com o apoio da Nigéria, que mudou de posição na última hora sob pressão dos EUA.
Diante da estagnação do processo de paz com Israel, mediado pelos EUA, a ANP resolveu apelar para organizações internacionais em busca do reconhecimento da Palestina como um país independente. O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o principal partido islamita palestino, responsabilizou o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, pela derrota na ONU.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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