As negociações entre as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido), a Alemanha e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano devem ser retomadas antes do fim do ano e não serão realizadas em Viena, declarou hoje o vice-ministro do Exterior da Rússia, Serguei Riabkov.
Riabkov acrescentou que a comissária de Relações Exteriores da União Europeia, a britânica Catherine Ashton, continuará coordenando as negociações como assessora especial.
O diálogo marca a reaproximação entre Estados Unidos e Irã depois da Revolução Islâmica de 1979. Tinha uma data-limite para chegar a um acordo definitivo: 24 de novembro de 2014.
Como a economia iraniana está profundamente abalada pelas sanções internacionais contra o programa nuclear e os EUA veem nas negociações uma chance inédita de melhorar as relações com uma potência regional do Oriente Médio, o prazo foi prorrogado até 30 de junho de 2015. Ambos têm muito a perder com um fracasso total.
É difícil imaginar que a linha-dura do regime fundamentalista iraniano, especialmente a Guarda Revolucionária, abandone a opção nuclear. O governo linha-dura de Israel não acredita em acordo e está pronto para bombardear as instalações nucleares iranianas para impedir que o Irã faça a bomba atômica. Desde o governo George W. Bush, é contido pelos EUA.
Obama optou pelo diálogo. Terá dificuldades em aprovar no Congresso, dominado pela oposição republicana, qualquer acordo com o Irã que não inclua inspeções rigorosas e o fim do enriquecimento de urânio.
Ao mesmo tempo, a situação econômica do Irã é crítica e o presidente, o aiatolá moderado Hassan Rouhani, também preferiu o diálogo e apostou seu governo na melhora das relações com o Ocidente.
Por ora, a melhor solução é continuar negociando.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Negociações com o Irã recomeçam antes do fim do ano, diz Rússia
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