segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Negociações com o Irã recomeçam antes do fim do ano, diz Rússia

As negociações entre as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido), a Alemanha e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano devem ser retomadas antes do fim do ano e não serão realizadas em Viena, declarou hoje o vice-ministro do Exterior da Rússia, Serguei Riabkov.

Riabkov acrescentou que a comissária de Relações Exteriores da União Europeia, a britânica Catherine Ashton, continuará coordenando as negociações como assessora especial.

O diálogo marca a reaproximação entre Estados Unidos e Irã depois da Revolução Islâmica de 1979. Tinha uma data-limite para chegar a um acordo definitivo: 24 de novembro de 2014.

Como a economia iraniana está profundamente abalada pelas sanções internacionais contra o programa nuclear e os EUA veem nas negociações uma chance inédita de melhorar as relações com uma potência regional do Oriente Médio, o prazo foi prorrogado até 30 de junho de 2015. Ambos têm muito a perder com um fracasso total.

É difícil imaginar que a linha-dura do regime fundamentalista iraniano, especialmente a Guarda Revolucionária, abandone a opção nuclear. O governo linha-dura de Israel não acredita em acordo e está pronto para bombardear as instalações nucleares iranianas para impedir que o Irã faça a bomba atômica. Desde o governo George W. Bush, é contido pelos EUA.

Obama optou pelo diálogo. Terá dificuldades em aprovar no Congresso, dominado pela oposição republicana, qualquer acordo com o Irã que não inclua inspeções rigorosas e o fim do enriquecimento de urânio.

Ao mesmo tempo, a situação econômica do Irã é crítica e o presidente, o aiatolá moderado Hassan Rouhani, também preferiu o diálogo e apostou seu governo na melhora das relações com o Ocidente.

Por ora, a melhor solução é continuar negociando.

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